Em uma manhã estava passando pela Rua Alencar Tristão na cidade de Juiz de Fora - MG, quando eu e minha namorada Patrícia vimos o cemitério Municipal da cidade. Da rua vimos várias esculturas e mausoléus que mais pareciam capelas, resolvemos entrar e conhecer o cemitério. Logo de entrada um mausoléu em formato de igreja gótica altíssimo preservava a memória de uma tradicional família da cidade. A obra tinha esculturas de anjos, e era do início do século passado, muito bonito.
Mais adiante avistamos mais esculturas, estas um pouco menores do que a do grande mausoléu. Eram túmulos também de outras famílias tradicionais da cidade, todos muito bem acabados com pedras de mármore escuro e com desenhos de anjos e santos católicos.
Mais à frente avistamos um tumulo que nos chamou a atenção pela a escultura que havia sobre ele, era uma figura de Jesus Cristo olhando para o oeste, mais ou menos no ponto do por do sol. A figura do Cristo tinha mais ou menos um metro e quarenta de altura, muito bem trabalhada e com uma riqueza de detalhes que impressionava, ou seja, uma autêntica obra de arte de primeira grandeza,(foto abaixo, não muito boa qualidade, foi tirada com celular)
logo ali no cemitério municipal, um lugar pra muitos, horripilante e inóspito, onde muitas pessoas não gostam nem de passar em frente. Na verdade nunca havia entrado em um cemitério para admirar as obras de arte do lugar, tinha a mesma visão que muitas pessoas têm, de um lugar inóspito, e de tristes recordações.
Tive a curiosidade de entrar no cemitério municipal, por ver aquele imenso mausoléu que sobressaia atrás do enorme muro que cerca o local, e por outro motivo. Um amigo meu, desenhista de primeira categoria, Eduardo Reis, sempre vai ao cemitério, municipal de Ubaporanga (cidade onde mora) para tirar suas inspirações das obras de arte do local. Segundo ele o cemitério é um lugar calado, e há muito mais obra de arte do que em diversas praças, além de tudo o acesso é gratuito. E olha que nem eu e muito menos ele não somos roqueiros, não nos vestimos de preto, e muito menos cultuamos a morte, nada disso estou falado das obras de arte que existem espalhadas nos cemitérios pelo país. Também não cultuamos imagens, mais admiramos a arte em si. E por isto a razão do post, simplesmente para contar um fato que ocorreu comigo e para mostrar que cemitério é um lugar onde podemos visitar tranquilamente, não apenas na triste hora de despedir de uma pessoa em que amamos. Acho que é um lugar onde podemos ir com a cabeça fria sem medo, e receio algum.
Considero cemitério uma galeria de arte a céu aberto e de livre acesso a todos, sem restrição a indumentária, ou classe social.
Uma das obras do meu amigo Eduardo Reis